Diferencia entre revisiones de «Félix Peña - Publicaciones 2015»
De FUNDACION ICBC | Biblioteca Virtual
Sin resumen de edición |
|||
(No se muestra una edición intermedia del mismo usuario) | |||
Línea 2: | Línea 2: | ||
'''''NEWSLETTERS ARE AVAILABLE ALSO IN ENGLISH AT [http://felixpena.com.ar/index.php?contenido=negotiations FELIX PEÑA WEBSITE]''''' | '''''NEWSLETTERS ARE AVAILABLE ALSO IN ENGLISH AT [http://felixpena.com.ar/index.php?contenido=negotiations FELIX PEÑA WEBSITE]''''' | ||
===DICIEMBRE 2015 - ESPACIOS DE PENSAMIENTO ORIENTADO A LA ACCIÓN: Una dimensión esencial en el desarrollo de la cooperación regional latinoamericana=== | |||
Reuniones recientes de usinas de pensamiento sobre relaciones internacionales, reflejan la importancia creciente que ellas tienen en la región. Reflejan la valoración del vínculo entre la capacidad de análisis y la de acción, para un abordaje más eficaz de las estrategias de inserción de los países latinoamericanos en el sistema internacional. | |||
La dinámica y complejidad del actual sistema internacional se observa, en particular, en cuestiones relacionadas con la gobernanza global y regional, sea en las condiciones que permitan lograr niveles razonables de paz y estabilidad política en los espacios regionales, como en las que permitan acrecentar la conectividad, la compatibilidad y la convergencia de los diversos sistemas políticos y económicos nacionales. Y también se observan en los múltiples escenarios de negociaciones orientadas al desarrollo de instituciones y reglas de juego para la gobernanza global, inter-regional y regional. | |||
No hay modelos únicos para encarar el desarrollo de una usina de pensamiento orientada a la acción en el plano internacional y que opere en un país determinado. Pero se observan algunos rasgos comunes. El primero es la capacidad para incluir en sus agendas, aquellas cuestiones más relevantes para el desarrollo de la estrategia de inserción internacional de un país. El segundo es el conectar las agendas de pensamiento orientado a la acción, con las que realizan usinas similares en países que pertenecen al mismo espacio geográfico regional. Y el tercero, es el de ir generando agendas comunes con las otras usinas de pensamiento con las cuáles se conectan. | |||
También es posible observar elementos comunes en las metodologías de trabajo que se emplean. Un primer elemento común, es de encarar sus respectivas agendas con la participación de múltiples protagonistas, que expresan diversidades en el plano de roles sociales, en el generacional y en el de visiones sobre las realidades. Un segundo elemento, es el de concentrar la actividad en el análisis de pocas cuestiones, que sean relevantes en la agenda internacional del respectivo momento, y que por su complejidad requieran ser apreciadas en múltiples perspectivas disciplinarias. Y un tercer elemento común, es el de intentar aportar ideas concretas que puedan ser útiles en el plano de la acción orientada al abordaje de cuestiones relevantes de la agenda global y regional. | |||
[http://felixpena.com.ar/index.php?contenido=negociaciones&neagno=informes/2015-12-espacios-pensamiento-orientado-accion Bajar completo del sitio de Félix Peña] | |||
===NOVIEMBRE 2015 - INSERCIÓN COMERCIAL INTERNACIONAL DE AMÉRICA LATINA. Cuestiones relevantes para diseñar la agenda estratégica regional del 2016=== | ===NOVIEMBRE 2015 - INSERCIÓN COMERCIAL INTERNACIONAL DE AMÉRICA LATINA. Cuestiones relevantes para diseñar la agenda estratégica regional del 2016=== | ||
Línea 156: | Línea 168: | ||
=Notas y artículos= | =Notas y artículos= | ||
===De la Influencia Europea a la construcción de una identidad. Cincuenta Años Integrados=== | |||
'''Integración & Comercio #39. INTAL 50 años. Las Tecnologías Disruptivas en América Latina y el Caribe | |||
EL GRAN SALTO''' | |||
Las lecciones de medio siglo de integración regional son fundamentales para entender el presente y planificar el futuro. Los hechos que impulsaron la unión de la región y sus características en cada etapa. Qué influencia tiene en la actualidad el contexto internacional y cuáles serán los pilares de las próximas transformaciones. Una mirada imprescindible sobre los desafíos de la gobernanza latinoamericana. | |||
En el último medio siglo la integración regional pasó por diferentes etapas, donde los ejes principales de la gobernanza regional fueron cambiando a partir de modelos de referencia y la proliferación de acuerdos comerciales preferenciales. Este artículo repasa los tres momentos de la integración latinoamericana, analiza sus características principales, sus analogías y diferencias, y se pregunta si la región está ingresando en una nueva etapa. | |||
[http://felixpena.com.ar/index.php?contenido=wpapers&wpagno=documentos/2015-50-anos-integrados Texto completo disponible en el sitio de Félix Peña] | |||
===Prioridades do Mercosul para um futuro de credibilidade=== | |||
'''International Centre for Trade and Sustainable Development | 19 october 2015''' | |||
Central na metodologia concebida por Jean Monnet, um dos defensores da integração europeia, o conceito de “solidariedades de fato” implica gerar, nos fatos, encadeamentos sociais e produtivos entre países que compartilham um espaço geográfico. A finalidade desse conceito não é apenas econômica, mas também política, na medida em que procura a irreversibilidade da integração. As múltiplas redes sociais e produtivas são parte dessa metodologia. | |||
No Mercado Comum do Sul (Mercosul), os acordos setoriais previstos no Tratado de Assunção tinham essa finalidade. Porém, seu pleno desenvolvimento é um dos diversos assuntos pendentes no bloco sul-americano, quase um quarto de século após a sua criação. | |||
Em alguns momentos, predomina a ideia de que o Mercosul é um fracasso e que já não mais é relevante. Trata-se de uma visão distorcida da realidade: desde o seu surgimento, o bloco apresentou resultados positivos, que devem ser reconhecidos. Um dos principais é ressaltado em nota técnica produzida pelo Instituto para a Integração da América Latina e do Caribe (INTAL), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)[1]. O documento analisa os impactos do Mercosul sobre o comércio de produtos agropecuários e manufaturas industriais e conclui que o bloco desempenhou papel relevante na modernização desses setores. Certamente existem outros exemplos – e talvez seja esse o motivo pelo qual nenhum dos membros cogitou abandonar o Mercosul. | |||
Desde osegundo semestre de 2015, a Presidência Pro Tempore do Mercosul está a cargo do Paraguai. No começo de sua gestão, o governo paraguaio identificou com clareza as prioridades com vistas à recuperação da credibilidade do bloco. Algumas dessas ações resultam de mandatos concretos aprovados pela última Cúpula realizada em Brasília, em julho de 2015. | |||
Uma das principais iniciativas nessa direção envolve a busca de um plano de ação que permita eliminar diferentes tipos de barreiras internas ao bloco – as quais, segundo as regras do Mercosul, não deveriam sequer existir no comércio entre os países membros[2]. A questão havia sido incorporada ao Comunicado Conjunto da reunião dos presidentes do Paraguai e Uruguai, realizada em 25 de junho. | |||
Outras prioridades referem-se às relações externas. Uma delas consiste em avançar nas negociações com a União Europeia (UE), dentro de uma estratégia mais ampla, que busca assinar acordos comerciais com os grandes mercados do mundo. No caso da China, por exemplo, o Mercosul nunca reagiu à proposta de estudar a viabilidade de um acordo de livre comércio. Com os Estados Unidos, o “4+1” caiu no esquecimento, e a ideia da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) não foi substituída por uma alternativa razoável. | |||
No que toca às negociações com a UE, as Partes acordaram, na reunião ministerial de junho de 2015, que as listas de ofertas seriam trocadas no último trimestre deste ano. O Mercosul concluiu a preparação da proposta, a qual será formalmente apresentada à UE em reunião programada para novembro de 2015. Nessa oportunidade, caberá à UE apresentar sua própria lista de ofertas, de modo que as negociações possam ser retomadas. | |||
É possível sustentar que as tratativas birregionais chegaram a um momento crucial. O eventual descumprimento desse objetivo pode corroer ainda mais a credibilidade de ambos os processos de integração. É inútil insistir que a culpa é de um ou outro bloco, ou deste ou daquele país. Trata-se de um caso típico de esgotamento do denominado “blame game”, isto é, culpar o outro por aquilo que não se alcançou nas negociações. | |||
A outra prioridade em matéria de tratativas com terceiros países envolve o avanço na concretização da estratégia de convergência na diversidade, firmada entre o Mercosul e a Aliança do Pacífico. Essa iniciativa pode ter a sua eficácia enriquecida pela efetivação das propostas do primeiro-ministro da China, Li Keqiang. Apresentadas durante a mais recente visita do oficial à América do Sul, tais propostas preveem o financiamento de investimentos para projetos de conectividade física dentro da região e para o desenvolvimento de empreendimentos produtivos conjuntos. | |||
Além disso, outras prioridades estão vinculadas à criação de condições que incentivem o desenvolvimento de cadeias produtivas entre empresas de países da região; e ao tratamento de assimetrias que limitam a capacidade de países como Paraguai e Uruguai – lista que, agora, deve incluir também a Bolívia – para potencializar a seu favor as vantagens derivadas de sua inserção no mercado do Mercosul. | |||
Essas duas últimas iniciativas estão relacionadas, entre outras questões, ao efeito da precariedade das regras pactuadas sobre decisões de investimento produtivo – ligadas, por sua vez, a empreendimentos de alcance transnacional e ao aproveitamento do mercado ampliado. Junto com insuficiências no plano da conectividade física e da facilitação do comércio – um problema pertinente à América do Sul como um todo –, a incerteza quanto ao cumprimento das regras é um dos fatores que parecem explicar a ausência de grandes avanços na região em matéria de desenvolvimento de cadeias transnacionais de produção. O contraste com outras regiões, especialmente a Europa e o Sudeste da Ásia, convida à reflexão e, mais do que isso, à ação. | |||
As iniciativas mencionadas acima são algumas das prioridades que buscam contornar debilidades a fim de construir uma integração de credibilidade entre os países do Mercosul. São fragilidades porque, desde a criação do bloco, figuram entre as principais medidas a serem adotadas e, nesse sentido, já deveriam ter apresentado avanços muito mais significativos do que aqueles alcançados até o presente. Por exemplo, as restrições ao comércio recíproco não deveriam existir em nenhuma modalidade. Assim era estabelecido pelo artigo 5º do Tratado de Assunção e, sobretudo, pelos artigos 1º e 2º de seu Anexo I. Estas não são normas programáticas: são normas jurídicas concretas e exigíveis que, pelo menos no caso da Argentina, estão teoricamente protegidas pela Constituição nacional, de acordo com o princípio de primazia dos tratados no ordenamento legal interno. | |||
Neste segundo semestre de 2015, portanto, a agenda do Mercosul é bastante concreta. Além disso, é relevante e ambiciosa, na medida em que exige um debate profundo orientado à ação. Esse quadro merece a atenção de todos os protagonistas, e não apenas de entidades governamentais. Assim, empresas, sindicatos, academia e sociedade civil como um todo devem participar ativamente no plano do diagnóstico e das propostas de ação. Aqueles que integram ou que estão se preparando para integrar as instituições parlamentares, em especial no Parlamento do Mercosul, também devem ser parte ativa do debate. | |||
Contudo, essa discussão não deve se limitar às prioridades para o segundo semestre de 2015: é preciso que seja incorporada à agenda sobre o futuro do Mercosul. Desde 1985, quando da assinatura da Declaração de Foz do Iguaçu, os resultados foram tão pobres quanto se assinala? Ou, pelo contrário, houve muitos avanços em termos de governança e cooperação regional e, por conseguinte, seria um erro grave abandonar um processo como o Mercosul? Ademais, o prejuízo das empresas não seria muito grande caso desaparecessem as preferências comerciais vigentes no Mercosul, principalmente aquelas para bens industriais? | |||
É difícil imaginar opções razoáveis para o que hoje simboliza o Mercosul, uma ideia estratégica de trabalho conjunto entre nações que compartilham um espaço geográfico regional. Quando essa ideia for percebida em todas as suas dimensões, isto é, na conexão entre o político, o econômico, o social e o cultural, fica claro que o foco deve ser colocado não tanto no plano existencial (“Deve existir o Mercosul?” ou “Por que trabalhar juntos?”), mas sim no metodológico (“Como construir, trabalhando juntos e com a participação dos cidadãos, um Mercosul que seja efetivo, eficaz e dotado de legitimidade social?”). | |||
Nessa perspectiva, a entrada tanto da Bolívia como da Venezuela deve ser percebida como uma forma de enriquecer e tornar mais complexa – e, talvez por isso, apaixonante – a tarefa de construir o Mercosul. | |||
Sem prejuízo de outras, pelo menos três propostas podem ser colocadas para facilitar o debate e a concertação de interesses nacionais, requeridos no desenvolvimento da agenda sobre o futuro progresso do Mercosul. A realização de tais propostas é relativamente simples, caso exista uma vontade política real e suficiente nos países membros. | |||
Uma delas é identificar pontos de equilíbrio entre requerimentos de previsibilidade e flexibilidade, necessários para reduzir o efeito negativo da precariedade de regras sobre o comércio e os investimentos regionais. Encarar demandas de flexibilidade nos compromissos assumidos, por exemplo, em matéria de restrições ao comércio, sem afetar uma pauta razoável de previsibilidade (fundamental para decisões de investimento produtivo), pode ser mais factível se forem introduzidas modalidades de válvulas de escape, transitórias e sob o controle de instâncias técnicas. | |||
A outra refere-se à complementação do sistema de solução de controvérsias com a figura de um ouvidor, que atue em defesa dos interesses daqueles que operam no Mercosul – como cidadãos, consumidores e empresas que investem e comercializam nos países do bloco. A função do ouvidor seria detectar regras e comportamentos que afetam interesses daqueles que não são parte dos processos decisórios do Mercosul. | |||
Por fim, a terceira proposta é alcançar uma efetiva transparência de regras e processos de criação normativa, de modo a superar a falta de instrumentos eficazes para informar os compromissos incorporados ao acervo jurídico do Mercosul. Essa deficiência repercute nos cidadãos dos países que compõem o bloco e faz-se particularmente mais sentida nos setores com menor poder relativo – inclusive as micro-, pequenas e médias empresas. Isso pode ser alcançado por meio das instituições parlamentares e de páginas web oficiais de qualidade. Na busca por esse objetivo, o Parlamento do Mercosul pode desempenhar um papel relevante. | |||
'''Notas:''' | |||
[1] Ver: Villalobos, Ruy de. O Comércio Agropecuário no Mercosul. Vinte anos depois dos Tratado de Assunção. In: Nota Técnica IDB-TN 809. INTAL, BID, jun. 2015. Disponível em: http://bit.ly/1Ml9UFK. | |||
[2] O mandato para trabalhar nessa frente foi explicitamente outorgado na Decisão CMC 23/2015. | |||
===Iniciativas que merecen atención. Prioridades del Mercosur para este segundo semestre y para tener un futuro creíble=== | |||
'''La Nación, Suplemento de Comercio Exterior, 28 de julio de 2015''' | |||
Paraguay ha asumido la Presidencia Pro-Tempore del Mercosur. Y, como corresponde, su gobierno ha anticipado su visión sobre iniciativas que constituyen prioridades para el bloque regional en este segundo semestre. Algunas surgen de mandatos concretos aprobados por la reciente Cumbre de Brasilia. | |||
Una de las iniciativas prioritarias es la de lograr un acuerdo entre los países miembros en torno a un plan de acción que permita limpiar barreras al comercio recíproco que, conforme a las reglas pactadas, ya no deberían existir en el comercio intra-Mercosur. El mandato para trabajar en este frente fue explícitamente otorgado en la Decisión CMC 23/2015. La cuestión había sido planteada en el Comunicado Conjunto de la reunión de los Presidentes de Paraguay y Uruguay, el pasado 25 de junio. | |||
Otras se refieren a las relaciones externas. Una prioridad consiste en poder avanzar en las negociaciones bi-regionales con la Unión Europea (UE), abriendo así la puerta para una estrategia más audaz y efectiva de negociaciones comerciales del Mercosur con los grandes mercados del mundo, especialmente con China -el Mercosur nunca respondió su propuesta de estudiar la factibilidad de alguna modalidad de acuerdo de libre comercio- y con los EEUU -el "4 + 1" quedó en el olvido y el ALCA nunca fue sustituido por alguna otra alternativa razonable, salvo escaramuzas ocasionales de alcance bilateral-. Con respecto a las negociaciones con la UE, se ha acordado recientemente en la reunión ministerial de junio en Bruselas, intercambiar las listas de ofertas en el último trimestre del año. Difícil sería que el eventual incumplimiento de este objetivo no erosione más la credibilidad de ambos procesos de integración. Y sería inútil seguir insistiendo que la culpa es de una u otra parte, o de tal o cual país. Estaríamos ante un caso típico de agotamiento del denominado "blame game" propio de las negociaciones internacionales, esto es, echarle la culpa al otro de lo que no se ha podido lograr. | |||
La otra prioridad en materia de negociaciones con terceros países, es la de avanzar en la concreción de la estrategia de convergencia en la diversidad, acordada entre los países del Mercosur y los de la Alianza del Pacífico. Es una prioridad que puede ser muy enriquecida en su eficacia por las propuestas que ha avanzado el Primer Ministro de China, Li Keqiang, en su reciente visita a América del Sur, especialmente las referidas al financiamiento de inversiones para proyectos de conectividad física dentro de la región, y para el desarrollo de emprendimientos productivos conjuntos. | |||
Y, además, otras prioridades están vinculadas a la creación de condiciones que incentiven el desarrollo de cadenas productivas entre empresas de países de la región, y al tratamiento de asimetrías que limitan la capacidad de países como Paraguay y Uruguay -a lo que hay que agregar ahora a Bolivia- para potenciar a su favor las ventajas derivadas de su inserción en el mercado que les ofrece el Mercosur. | |||
Estas dos últimas iniciativas tienen que ver, entre otras cuestiones, al efecto de la precariedad de las reglas de juego sobre las decisiones de inversión productiva relacionadas con emprendimientos de alcance transnacional y con el aprovechamiento del mercado ampliado. Junto con notorias insuficiencias en el plano de la conectividad física y de la facilitación del comercio -y son éstas insuficiencias de alcance sudamericano y no sólo limitadas al ámbito del Mercosur-, el hecho que los inversores no siempre puedan confiar en que las reglas de juego serán respetadas, es uno de los factores que más parecería incidir en lo poco que se ha avanzado en la región en el desarrollo de encadenamientos productivos transnacionales, cualesquiera que sean sus modalidades. El contraste con otras regiones, especialmente la del Sudeste Asiático y, por cierto, la de Europa, no deja de llamar a la reflexión y, en especial, a la acción. | |||
Las antes mencionadas, son algunas de las prioridades vinculadas con puntos débiles que se observan en la compleja tarea de avanzar en la construcción de un espacio de integración regional entre los países del Mercosur. Son puntos débiles ya que, conforme a lo pactado desde el momento fundacional, se trata de cuestiones que ya deberían haber dado lugar a progresos mucho más significativos que los alcanzados hasta el presente. Por ejemplo, las restricciones al comercio recíproco no deberían existir en ninguna de sus modalidades. Al menos así se estableció en el artículo 5° del Tratado de Asunción y, sobre todo, en los artículos 1° y 2° de su Anexo n° 1. Y no se trata de normas programáticas como a veces se ha sostenido. Son normas jurídicas concretas y exigibles que, al menos en el caso de nuestro país, se supone que están protegidas por la Constitución nacional al establecer la primacía de los Tratados en el ordenamiento legal interno. | |||
La agenda de este segundo semestre es, por lo tanto, relevante y ambiciosa. Requiere de un debate profundo orientado a la acción concreta. Merece la atención de todos los protagonistas y no sólo de los respectivos ámbitos gubernamentales. Instituciones empresarias y sindicales, el sector académico e instituciones de la sociedad civil, podrían y deberían tener una participación activa en el plano del diagnóstico y de las propuestas de acción. Quienes están, o se preparan para estar en las instituciones parlamentarias y, en especial, en el Parlamento del Mercosur, deberían también ser parte activa del debate. | |||
Es un debate, sin embargo, que no debería limitarse a las prioridades de este segundo semestre. Tendría que penetrar hondo en la agenda del futuro de la integración regional, y en las preocupaciones principales que evocan hoy el acrónimo Mercosur y las distintas formas de imaginar su contenido. Los resultados de lo avanzado desde que hace hoy casi treinta años los Presidentes Alfonsín y Sarney produjeran -el 29 de noviembre de 1985- la Declaración de Foz de Iguazú, y desde que hace 25 años se fundara el Mercosur ¿son tan pobres como a veces se señala? O por el contrario, es mucho lo que se ha avanzado en términos de gobernanza y cooperación regional, como para cometer el error histórico de dejar de lado un proceso, que nunca podría ser lineal ni producir resultados que superen las actuales realidades de las respectivas identidades nacionales. Y ¿no sería mucho lo que empresas concretas perderían si se erosionaran o desaparecieran las preferencias comerciales vigentes en el Mercosur? | |||
Es difícil imaginar opciones razonables a lo que hoy simboliza el acrónimo Mercosur, como idea estratégica de trabajo conjunto entre naciones que comparten un espacio geográfico regional. Tan pronto se capta tal idea en todas sus dimensiones, esto es, con la conexión entre lo político, lo económico, lo social y lo cultural, queda claro que el foco debe ponerse, no tanto en el plano existencial -¿debe existir el Mercosur o porqué trabajar juntos?-, pero sí en el metodológico -¿cómo construir, trabajando juntos, paso a paso, un Mercosur que sea efectivo, eficaz y con legitimidad social? | |||
En tal perspectiva, el ingreso de Bolivia, como antes el de Venezuela, debe ser percibido como una forma de enriquecer y, a la vez, de tornar más compleja y quizás por ello apasionante, la tarea de construir el Mercosur. | |||
Tres propuestas, pueden ser avanzadas para facilitar el debate y la concertación de intereses nacionales, que son requeridos en el desarrollo de la agenda del Mercosur en este segundo semestre del año. Son relativamente simples de llevar a la realidad, si es que hay real y suficiente voluntad política en los países miembros. | |||
Una se refiere a lograr puntos de equilibrio entre requerimientos de previsibilidad y de flexibilidad, necesarios para reducir el efecto negativo de la precariedad de reglas de juego sobre el comercio y las inversiones regionales. Encarar demandas de flexibilidad en los compromisos asumidos, por ejemplo en materia de restricciones al comercio, sin afectar una pauta razonable de previsibilidad, fundamental para decisiones de inversión productiva, podría ser más factible si se introdujeran válvulas de escape transitorias y con control de instancias técnicas. | |||
La otra se refiere a complementar el sistema de solución de controversias, con la figura de un "Ombudsperson", que pudiera actuar en defensa de los intereses de quienes operan en el Mercosur, como empresas que invierten y que comercian y, en especial, como ciudadanos y consumidores. Su función sería detectar reglas y comportamientos que afectan intereses de quienes no son parte de los procesos de decisión del Mercosur. | |||
Y la tercera propuesta se refiere a lograr una efectiva transparencia de reglas y de procesos de creación normativa, superando un período en el que, en particular la ciudadanía y sectores con menor poder relativo - incluyendo las pymes y micro-empresas - carecen de instrumentos eficaces para saber sobre los compromisos que se incorporan al acervo jurídico del Mercosur. Normalmente esto se logra con páginas Web oficiales y de calidad, y con las instituciones parlamentarias. No necesariamente ocurre en el Mercosur actual. Incluso sería éste un papel relevante del Parlamento del Mercosur. | |||
'''No todo es negativo''' | |||
A veces predomina la idea de que el Mercosur es un fracaso y que ya no es relevante. Es, sin embargo, una visión distorsionada de la realidad. Tras un cuarto de siglo hay resultados positivos a reconocer. Uno no menor es el que resalta el excelente informe del BID-INTAL sobre "El Comercio Agropecuario en el Mercosur. Veinte años después del Tratado de Asunción". Con rigor metodológico Ruy de Villalobos, su autor, traza un cuadro bien preciso sobre los resultados que se han producido en el comercio agropecuario, incluyendo algunas manufacturas industriales. Han contribuido a la modernización de sectores relevantes en las economías del Mercosur. | |||
'''Solidaridades de hecho''' | |||
Es un concepto central en la metodología concebida por Jean Monnet, un fundador de la integración europea. Implica generar en los hechos, encadenamientos sociales y productivos entre países que comparten un espacio geográfico. Su finalidad no es sólo económica. Es también política. Procura la irreversibilidad de la integración. Las múltiples redes sociales y productivas son parte de tal metodología. Los acuerdos sectoriales previstos en el Tratado de Asunción tenían esa finalidad. Su pleno desarrollo es una de las asignaturas pendientes en el Mercosur, incluso con sus países asociados. | |||
===¿Habrá espacio para reformular el Mercosur?=== | ===¿Habrá espacio para reformular el Mercosur?=== |
Revisión actual - 11:20 6 ene 2016
Newsletters de Comercio Internacional
NEWSLETTERS ARE AVAILABLE ALSO IN ENGLISH AT FELIX PEÑA WEBSITE
DICIEMBRE 2015 - ESPACIOS DE PENSAMIENTO ORIENTADO A LA ACCIÓN: Una dimensión esencial en el desarrollo de la cooperación regional latinoamericana
Reuniones recientes de usinas de pensamiento sobre relaciones internacionales, reflejan la importancia creciente que ellas tienen en la región. Reflejan la valoración del vínculo entre la capacidad de análisis y la de acción, para un abordaje más eficaz de las estrategias de inserción de los países latinoamericanos en el sistema internacional.
La dinámica y complejidad del actual sistema internacional se observa, en particular, en cuestiones relacionadas con la gobernanza global y regional, sea en las condiciones que permitan lograr niveles razonables de paz y estabilidad política en los espacios regionales, como en las que permitan acrecentar la conectividad, la compatibilidad y la convergencia de los diversos sistemas políticos y económicos nacionales. Y también se observan en los múltiples escenarios de negociaciones orientadas al desarrollo de instituciones y reglas de juego para la gobernanza global, inter-regional y regional.
No hay modelos únicos para encarar el desarrollo de una usina de pensamiento orientada a la acción en el plano internacional y que opere en un país determinado. Pero se observan algunos rasgos comunes. El primero es la capacidad para incluir en sus agendas, aquellas cuestiones más relevantes para el desarrollo de la estrategia de inserción internacional de un país. El segundo es el conectar las agendas de pensamiento orientado a la acción, con las que realizan usinas similares en países que pertenecen al mismo espacio geográfico regional. Y el tercero, es el de ir generando agendas comunes con las otras usinas de pensamiento con las cuáles se conectan.
También es posible observar elementos comunes en las metodologías de trabajo que se emplean. Un primer elemento común, es de encarar sus respectivas agendas con la participación de múltiples protagonistas, que expresan diversidades en el plano de roles sociales, en el generacional y en el de visiones sobre las realidades. Un segundo elemento, es el de concentrar la actividad en el análisis de pocas cuestiones, que sean relevantes en la agenda internacional del respectivo momento, y que por su complejidad requieran ser apreciadas en múltiples perspectivas disciplinarias. Y un tercer elemento común, es el de intentar aportar ideas concretas que puedan ser útiles en el plano de la acción orientada al abordaje de cuestiones relevantes de la agenda global y regional.
Bajar completo del sitio de Félix Peña
NOVIEMBRE 2015 - INSERCIÓN COMERCIAL INTERNACIONAL DE AMÉRICA LATINA. Cuestiones relevantes para diseñar la agenda estratégica regional del 2016
En un mundo en profunda transformación se observan cuestiones que pueden adquirir una relevancia especial en el año 2016. Tienen, un alcance geopolítico y geoeconómico y, por razones obvias, también comercial. Y ello es así, por ser ellas resultante de tendencias a la fractura y a la fragmentación sistémica, tanto en el plano de los enfoques como en el de las acciones concretas, sean globales, inter-regionales o regionales. Pero también son cuestiones que pueden favorecer tendencias a la cooperación y al trabajo conjunto en múltiples planos, más allá de las naturales diferencias, divergencias y asimetrías, que caracterizan a los países de la región latinoamericana y a sus relaciones recíprocas.
Una primera cuestión se refiere a la consolidación -o, eventualmente, fracaso- del proceso iniciado con el anuncio del restablecimiento de las relaciones diplomáticas entre Cuba y los EEUU. Una segunda cuestión se refiere a la gobernanza económica en el plano global y en el interregional. Ofrece la posibilidad de muchos desdoblamientos. Uno que ha adquirido actualidad y relevancia, es el que se refiere a quien o quienes están en condiciones de incidir en la definición de las futuras reglas del juego de la competencia por los mercados del mundo, sean ellas multilaterales y globales, o inter-regionales e incluso regionales. Y la tercera cuestión se refiere al desarrollo de la convergencia en la diversidad, como idea estratégica de alcance regional, planteada en su momento por el gobierno de Chile, como forma de superar la tendencia hacia una confrontación de dos Américas Latinas, identificadas simbólicamente como la del Atlántico y la del Pacífico.
Las tres cuestiones mencionadas podrían contribuir, si son bien encaradas, a facilitar la renovación de planteos negociadores de países latinoamericanos, al menos en el frente de las relaciones comerciales internacionales. La disminución de factores emocionales y su consiguiente impacto en la reducción de concepciones ideológicas de las negociaciones y de sus resultados, podrían eventualmente conducir -suponiendo liderazgo político y propuestas técnicas sólidas- a crear condiciones para que la región encare simultáneamente negociaciones comerciales preferenciales -consistentes con las reglas de la OMC, si ellas son bien entendidas con la perspectiva de las "ambigüedades constructivas" del GATT- con al menos tres grandes espacios geográficos regionales relevantes para América Latina, como son los EEUU, la UE y China. En ellas los países latinoamericanos deberían actuar en función de sus visiones de lo que tendría que caracterizar la competencia económica global del futuro, incluyendo un marco multilateral global que sea funcional al desarrollo económico y social de todos los países.
Bajar completo del sitio de Félix Peña
OCTUBRE 2015 - ¿A LA VEZ, POSIBILIDAD CREIBLE, REALIDAD CONFUSA Y ESPEJISMOS? El proceso que conduce hacia el TPP y sus primeros impactos en América Latina
Al ser una posibilidad creíble el TPP ha entrado de lleno en la realidad del debate contemporáneo sobre el comercio internacional. Lo ha hecho a través de las agendas estratégicas, ofensivas o defensivas, de múltiples protagonistas, sean ellos gobiernos, empresas, sectores políticos o sociales. Ello se observa por cierto en países que son parte del TPP. Pero también se observa en otros países latinoamericanos. La prensa del Brasil ha reflejado la intensidad del impacto que el anuncio del 5 de octubre ha producido en el país. Es un impacto que se traduce en la percepción de que el Brasil y sus empresas, puedan quedar aislados, si es que no se adaptan a la nueva realidad del comercio internacional. Tal realidad se reflejaría, precisamente, en el TPP y en los criterios que estaría fijando en cuanto a alcances y calidades de normas que regulan el comercio internacional.
Tanto por ser una posibilidad creíble, como por ser percibido como una nueva realidad - aunque ella sea confusa -, el "hecho TPP" puede dar lugar a espejismos en las relaciones comerciales internacionales. Son espejismos que pueden tener efectos positivos y también negativos. Son positivos si eventualmente se traducen en la voluntad de alcanzar objetivos constructivos. Son negativos si, por el contrario, terminan despertando pasiones que se reflejan en percepciones contradictorias de signo ideológico sobre la realidad.
El TPP y sus posibles derivaciones hacia otros mega-acuerdos preferenciales, tal como el Trans-Atlántico entre EEUU y la UE, puede conducir a una potencial fragmentación del sistema del comercio internacional, con sus consiguientes impactos negativos en la gobernanza global y en los intereses nacionales de países en desarrollo.
La principal preocupación podría derivarse de una situación que hoy es posible visualizar. Resultaría de los efectos acumulados de dos tendencias. La de la proliferación de mega-acuerdos preferenciales, que de hecho se transformen en una especie de clubes privados y, por ende, discriminatorios para quienes no son miembros. Y la del debilitamiento e irrelevancia del sistema multilateral de la OMC. En tal sentido, la Conferencia Ministerial de Nairobi, en diciembre próximo, adquiere un mayor significado a la luz de la eventual puesta en vigencia del TPP.
Son dos tendencias que en su eventual contradicción, requieren ser observadas en perspectivas que trasciendan el plano económico y del comercio internacional. Por el contrario requieren, tanto de los analistas como de los protagonistas, ser visualizadas por sus efectos en el agotamiento del orden mundial que surgiera del fin de la Segunda Guerra Mundial, y en los intentos de sustituirlo por una nueva gobernanza global.
Bajar completo del sitio de Félix Peña
SEPTIEMBRE 2015 - INCERTIDUMBRES EN EL SISTEMA COMERCIAL INTERNACIONAL: Sus efectos en las estrategias comerciales y de integración económica en la región
Tres cuestiones abordadas en diferentes sesiones de la reciente XIX Conferencia Anual de la CAF, en Washington, merecen especial atención por su relevancia sobre el futuro de la gobernanza regional y de la integración económica en América Latina.
Una es la del impacto positivo que cabe esperar del proceso iniciado el pasado mes de diciembre en las relaciones entre los Estados Unidos y Cuba. Su consolidación llevará un tiempo que no es fácil de precisar. Incluso en el transcurso de los próximos meses pueden surgir aún dificultades imprevistas. Nada indica entonces que será un proceso fácil ni lineal. Pero el sólo hecho que se haya iniciado introduce un cambio radical en las relaciones entre todos los países del espacio hemisférico.
Una segunda cuestión se refiere a la renovación de conceptos y de métodos para facilitar una más efectiva gobernanza regional que sea, a su vez, funcional al predominio de la lógica de cooperación e integración económica entre los países del espacio geográfico latinoamericano. La idea estratégica de convergencia en la diversidad, cobra fuerza no sólo para facilitar la articulación entre procesos tales como el del Mercosur y la Alianza del Pacífico, pero también para incluir países de los espacios subregionales de Centroamérica y del Caribe - y por ende a Cuba -. Ello implica dejar de lado la idea de la integración como una forma de hacer de un conjunto de partes un nuevo todo unificado.
Y una tercera cuestión, está vinculada con la agenda de las negociaciones comerciales internacionales, sea en el plano multilateral o en el inter-regional. Cómo establecer un vínculo funcional entre tal agenda y la de la construcción de un sistema eficaz de gobernanza e integración regional, que permita neutralizar efectos negativos que puedan provenir de tendencias actuales de la economía global y, a la vez, potenciar el valor que la región sigue teniendo en el ámbito global -entre otras razones por su capacidad de producir alimentos y por sus recursos humanos-, será uno de los principales desafíos futuros para el liderazgo de los países latinoamericanos.
Una conclusión a extraer de los escuchado en la mencionada Conferencia, se refiere a la necesidad de redoblar esfuerzos de la región, en función de una estrategia asertiva de inserción comercial en todos los frentes interregionales, incluyendo prioritariamente negociaciones de distintas modalidades de acuerdos de cooperación económica estratégica, especialmente pero no exclusivamente, con la Unión Europea, los Estados Unidos y China. Tal necesidad, implicaría continuar con todos los esfuerzos necesarios para preservar y, en lo posible, fortalecer el papel que le cabe a la OMC como institución vertebral del sistema multilateral del comercio global.
Bajar completo del sitio de Félix Peña
AGOSTO 2015 - CONECTIVIDAD, COMPATIBILIDAD, CONVERGENCIA, PREVISIBILIDAD Condiciones para la integración y la articulación productiva en un espacio regional
Se ha señalado que al menos tres condiciones son necesarias para poder avanzar en la integración económica entre países que comparten un espacio geográfico regional. Son también condiciones para avanzar en la articulación productiva entre empresas pertenecientes a distintos países de un mismo espacio regional. Ellas son la conectividad, la compatibilidad y la convergencia. Suponen pasos secuenciales que comienzan por la conectividad física, incluyendo las comunicaciones y todo lo relacionado con la facilitación del comercio; siguen por la compatibilidad de objetivos, percepciones y valores y, eventualmente, concluyen con la convergencia de sistemas, de políticas y de acciones concretas.
En esta perspectiva, pueden entenderse los esfuerzos que desarrollan países de la región o de subregiones dentro de ella, tendientes a generar mecanismos institucionales y reglas de juego comunes para sus relaciones económicas, no sólo como formas de acrecentar interacciones y por lo tanto la interdependencia, pero también de regular conflictos, de potenciar los elementos de cooperación, en fin de tornar administrable tal interdependencia, marcándola con signos cooperativos y de solidaridad. Es decir, comportamientos funcionales a la gobernabilidad de un espacio regional compartido.
Pero hay una cuarta condición y que es la de la previsibilidad de las reglas de juego. Ella es fundamental en la perspectiva de la sustentabilidad en el tiempo de los acuerdos de integración, así como en las expectativas que se pueden generar en el plano empresario a la hora de tener que tomar decisiones de inversión productiva.
Es en relación a esta cuarta condición, que cobra toda su relevancia la función del derecho y de los mecanismos institucionales en el desarrollo de un sistema de interdependencia regional en América Latina. Ella es la de contribuir a fortalecer fuerzas centrípetas, en un espacio común que eventualmente podría estar signado, dada su propia dinámica, por la presencia de poderosas fuerzas centrífugas. Normas e instituciones comunes adquieren entonces un sentido histórico y geopolítico, en la perspectiva de una estrategia destinada a revertir naturales tendencias al conflicto, en las relaciones entre naciones que comparten una misma región geográfica.
Bajar completo del sitio de Félix Peña
JULIO 2015 - NEGOCIACIONES COMERCIALES DEL MERCOSUR: Hechos recientes que pueden incidir en la evolución futura de la agenda negociadora
Por acción u omisión, las negociaciones comerciales internacionales sigue siendo una cuestión relevante de la agenda del Mercosur. Es probablemente una de las más acuciantes, junto con la referida a la calidad institucional -especialmente de reglas de juego y de procesos de producción normativa- y la de las condiciones que incentiven los encadenamientos productivos orientados al mercado regional, pero también al global.
Al menos tres hechos recientes, con distintos grados de relevancia, permiten imaginar cambios en la agenda de negociaciones comerciales del Mercosur, incluyendo su demorada negociación con la UE. Pertenecen a la categoría de "hechos cargados de futuro". Es posible prever que sus efectos se tornen más notorios hacia fines de este año. Tienen vínculos entre sí. Podrían incidir sobre las negociaciones bi-regionales entre el Mercosur y la UE, incluso inyectando una necesaria dosis de optimismo.
Un primer hecho ha sido lo acordado en la reunión bi-regional de Bruselas, en ocasión de la Cumbre CELAC-UE, en junio pasado. Permite imaginar que durante el último trimestre de este año se intercambiarán, finalmente, las respectivas ofertas negociadoras.
Un segundo hecho relevante, se refleja en el comunicado final de la reciente reunión entre los Presidentes del Paraguay y del Uruguay. Dos países fundadores del Mercosur plantean la necesidad de acordar en el segundo semestre del año, en el que la presidencia rotativa le corresponde al Paraguay, un plan de acción para la consecución de los objetivos del Mercosur y el perfeccionamiento de la Zona de Libre Comercio, incluyendo hojas de ruta concretas para asegurar el efectivo acceso a los respectivos mercados.
El tercer hecho está vinculado a la aprobación de la autorización del Congreso al Presidente de los EEUU para negociar acuerdos internacionales (el denominado "Fast Track"). Es factible ahora que el TPP pueda concluirse incluso antes de fin de año. Si finalmente se cierra este acuerdo y se genera la impresión que también el acuerdo transatlántico entre la UE y los EEUU -el TTIP- fuera viable, es posible que crezca la presión, especialmente en sectores empresarios de Brasil, Uruguay y Paraguay, por concluir un acuerdo con la UE que incluya múltiples velocidades para los distintos socios del Mercosur o, directamente, que se encare alguna modalidad de acuerdo bilateral, incluso sin preferencias arancelarias, pero con fuertes compromisos, por ejemplo en el plano de los marcos regulatorios, de las inversiones e, incluso, de la propiedad intelectual. En tal caso, la presión se extendería hacia la apertura de otras posibles negociaciones comerciales preferenciales, especialmente con los EEUU y con China.
Bajar completo del sitio de Félix Peña
JUNIO 2015 - ENCADENAMIENTOS PRODUCTIVOS TRANSNACIONALES: Algunas condiciones que pueden contribuir a su desarrollo y sustentabilidad
Para un país las oportunidades implican desafíos de todo tipo. Uno es saber detectarlas a tiempo, lo que implica afinar la capacidad de diagnóstico. Otro es saber aprovecharlas en beneficio del interés nacional y de la sociedad en su conjunto, y ello requiere un esfuerzo de organización y de articulación de todos los sectores involucrados.
Uno de los efectos prácticos de los cambios que se están produciendo en el escenario económico global, es el de ampliar el horizonte espacial de las estrategias de inserción internacional de cada país. Se está generando un cuadro de competencia económica global y de redistribución del poder de las naciones, que requerirá de estrategias multi-regionales dirigidas a intensificar relaciones con todos los países del mundo.
Algunas de las principales asignaturas pendientes en la cooperación para la gobernanza económica regional en América Latina, requerirán atención a la luz de hechos recientes, tales como el creciente protagonismo económico de China, el replanteamiento de las relaciones entre los EEUU y Cuba, y el reconocimiento por el Mercosur y la Alianza del Pacífico, de la conveniencia de una estrategia de convergencia en la diversidad.
Se pueden mencionar por lo menos tres asignaturas pendientes en el plano de la gobernanza económica regional. Una es adaptar instituciones y métodos de trabajo conjunto a las nuevas realidades globales y regionales. La otra es definir estrategias de negociaciones preferenciales con otras regiones. Y la tercera, y quizás más importante, es crear condiciones que tornen viables múltiples modalidades de redes transnacionales que encadenen el desarrollo de bienes y servicios competitivos a escala global.
La experiencia acumulada en la región, permite extraer algunas conclusiones sobre condiciones que, de desarrollarse en los próximos años, podrían facilitar ampliar el tejido de redes productivas a escala latinoamericana. Las principales, son las siguientes: calidad y densidad de la conectividad entre los espacios económicos nacionales, especialmente en América del Sur; calidad de las reglas de juego que aseguren el acceso a los respectivos mercados y la estabilidad de condiciones para las inversiones productivas, y calidad de las estrategias nacionales orientadas, tanto a promover mayor conexión, compatibilidad y convergencia entre los sistemas productivos de países de la región, como también a impulsar la asociación transnacional de empresas.
Bajar completo del sitio de Félix Peña
MAYO 2015 - LA ADAPTACIÓN DEL MERCOSUR A REALIDADES DINÁMICAS: Nueva aproximación al debate recurrente y complejo sobre compromisos asumidos
En el caso del Mercosur, de hecho se están observando en los últimos tiempos tendencias crecientes a requerir cambios en las estrategias y métodos de trabajo de un proceso cuyo diseño proviene del momento fundacional. Esto es, en un contexto global, regional y nacional, con marcadas diferencias al actual. Incluso en algunos casos -muy pocos, por cierto- se llegan a plantear en forma explícita, dudas sobre la conveniencia de la propia existencia del Mercosur como proyecto común a sus países miembros.
Hoy, el debate principal está muy centrado en la posibilidad de que los países miembros encaren negociaciones comerciales bilaterales con otros países. Distintas fuentes oficiales, ahora de alto nivel político de los países del Mercosur, plantean la idea de revisar las metodologías de las negociaciones comerciales internacionales.
Se ha señalado con frecuencia que el obstáculo a remover para permitir a los países miembros el encarar negociaciones comerciales bilaterales o, al menos, de "múltiples velocidades", es la Decisión CMC 32/00. No necesariamente es así o, en todo caso, cambiar o suprimir la mencionada norma no sería suficiente.
Como contribución al debate que se ha planteado, puede señalarse que la protección del tratamiento preferencial que los socios se han otorgado, resulta no tanto de la Decisión CMC 32/00, pero sobre todo de la combinación, en el artículo 5° del Tratado, entre el acceso irrestricto a los respectivos mercados previsto en su inciso a, y el instrumento del arancel externo común previsto en su inciso c. Sin embargo, el Tratado no impide que el AEC sea interpretado con el alcance y las flexibilidades del artículo XXIV del GATT.
Al establecer la reciprocidad de derechos y obligaciones entre los países miembros, el Tratado genera la principal garantía jurídica -y por ende política- de los compromisos libremente asumidos por los países miembros, concebidos como un conjunto indisociable. Disociarlos requeriría modificar el Tratado con un nuevo instrumento jurídico internacional multilateral negociado entre los países miembros del Mercosur. No es fácil.
Bajar completo del sitio de Félix Peña
ABRIL 2015 - EL COMERCIO EXTERIOR EN UN MUNDO DE MÚLTIPLES OPCIONES: La importancia de la diversidad de los corredores de comercio y de transporte
El crecimiento demográfico, el mayor número de países y regiones protagonistas del comercio internacional y, el acortamiento de distancias físicas y culturales entre los distintos mercados, son algunos factores que acentúan las características multiplex del mundo actual. De ellos, el que probablemente tendrá mayor incidencia en el diseño del mapa del comercio mundial, será el fuerte crecimiento futuro de la población mundial con su consiguiente impacto en la demanda, por ejemplo, de alimentos.
Tres consecuencias pueden extraerse con respecto a la inserción comercial de la Argentina en un mundo que ofrece múltiples opciones. La primera es la conveniencia de trazar estrategias con varias direcciones simultáneas. Implica un gran esfuerzo de organización a nivel nacional y de concertación con otros países con ventajas e intereses similares. La segunda se refiere a la agenda de negociaciones comerciales multilaterales. El fortalecimiento de OMC es un objetivo que es valorado por la Argentina y sus socios de la región. Si los actuales esfuerzos para lograr avances en las negociaciones de la Rueda Doha, no dieran el resultado procurado por el Director General de la OMC, es recomendable que nuestro país y sus socios de la región contribuyan a un liderazgo en procura de otras modalidades para avanzar. Y la tercera se relaciona con las negociaciones comerciales preferenciales. La principal en la que participa la Argentina junto con sus socios del Mercosur, es con la UE. Nada impide abrir otros frentes negociadores con las principales regiones del comercio mundial.
Una estrategia de inserción activa en los escenarios del comercio mundial, requerirá profundizar la densidad de la conexión física del país y de sus socios del Mercosur, con grandes mercados del futuro. El hecho de no ser un país perteneciente al Océano Pacífico, no limita las posibilidades de desarrollar múltiples corredores de transporte y de comercio preferencial con otros espacios regionales, que en el futuro serán activos protagonistas en la producción y el comercio agroalimentario, incluyendo, servicios y tecnologías, tales como los del Asia y en particular China e India, los países árabes y los del África Subsahariana. Implicará aprovechar y acentuar el grado de conectividad de los puertos del Atlántico sudamericano con importantes puertos del Asia, África y el Golfo Pérsico, especialmente a través de las rutas que cruzan el Atlántico.
Bajar completo del sitio de Félix Peña
MARZO 2015 - LOS ESPACIOS REGIONALES Y LA TRANSICIÓN DEL ORDEN MUNDIAL: Su protagonismo en la construcción de una renovada gobernanza económica global
El actual período internacional parece ser el del fin de un ciclo histórico muy prolongado, con raíces de larga data y que fuera evolucionando por etapas, desde la iniciada con la Paz de Westfalia y pasando luego por la del Concierto Europeo, las dos guerras mundiales, la Guerra Fría y la Post-Guerra Fría. Ellas reflejan cambios en las relaciones de poder entre naciones y se traducen en diferentes formas de asegurar, por un tiempo, una cierta gobernanza global, con sus propias pautas, reglas de juego e instituciones.
Un elemento común en la evolución de tales etapas ha sido el de las dificultades de los principales protagonistas -países, gobiernos, actores económicos y ciudadanías- en captar los alcances de las respectivas transiciones y en percibir en toda su dimensión las fuerzas profundas que estaban detrás de los acontecimientos más visibles.
Lo antes señalado se observa también con nitidez en tres planos en los que interactúan en la actualidad las acciones orientadas a construir nuevas pautas, instituciones y reglas que faciliten la gobernanza económica internacional. Son el global multilateral, el interregional y el regional. Cuando varios países de una región se han asociado para lograr objetivos comunes que trascienden al plano estrictamente económico, el compartir el análisis de las tendencias profundas que están operando en un momento histórico determinado en los planos antes mencionados, adquiere una importancia relevante.
Es el caso actual del Mercosur. Además de otras cuestiones prioritarias que se requerirá abordar, si la idea compartida fuera la de superar su actual estado de relativa anomia, los socios no podrían pasar mucho tiempo más sin definir una estrategia eficaz de acciones concertadas en el plano global multilateral, el interregional y en el de la propia región.
Entre otras prioritarias, tal estrategia debería comprender las acciones concertadas en el frente de la OMC, en el de las negociaciones de acuerdos interregionales -incluso con respecto a aquellas en las que no participen- y en el de la región más inmediata en la cual se inserta el Mercosur, sea ella la del Sur Americano o la de Latinoamérica en su conjunto. Obvio que los avances en las agendas correspondientes a estos tres frentes externos, dependerán en gran medida de los que puedan producirse en la propia agenda de lo que hemos denominado la metamorfosis del Mercosur.
Bajar completo del sitio de Félix Peña
FEBRERO 2015 - LOS VEINTE AÑOS DE LA ORGANIZACIÓN MUNDIAL DEL COMERCIO: ¿Qué enseñan sobre cómo aprovechar mejor el sistema multilateral del comercio?
Tras los veinte años transcurridos desde la creación de la OMC, entre otros cambios relevantes de la realidad internacional que se observan en relación al sistema multilateral del comercio, pueden señalarse tres.
En primer lugar, el de la redistribución del poder mundial y el protagonismo creciente de las denominadas naciones emergentes -siendo varias de ellas en realidad naciones "re-emergentes"-. En segundo lugar, el de la mayor conectividad entre los mercados. Y en tercer lugar, el de la fragmentación de la producción en múltiples modalidades de cadenas de valor transnacionales -por algo fue la OMC la que instaló el concepto de "hecho en el mundo", sin el cual es ahora cada vez más difícil entender el comercio y las inversiones entre los países-.
¿Y cuáles son algunos de los principales aportes positivos que ha efectuado la OMC al desarrollo del comercio internacional en sus veinte años de existencia? Uno es el de las disciplinas colectivas en el comercio internacional. El otro se refiere a la transparencia en las políticas e instrumentos que aplican los países a su comercio internacional. El tercer aporte es el de asegurar un sistema que permite abordar y resolver disputas que surgen entre los países miembros como consecuencia de un eventual y aparente incumplimiento de los compromisos asumidos.
En otro plano, en cambio, los aportes de la OMC no se han terminado aún de concretar, incidiendo a veces en su imagen ante la opinión pública. Es el de las negociaciones comerciales multilaterales, concretamente las que durante los últimos año se han desarrollado en la denominada "Rueda Doha".
¿Qué enseñan estos veinte años pasados sobre la utilidad que el sistema de la OMC puede tener para un país miembro, tal el caso de la Argentina? Tres lecciones pueden considerarse como las más relevantes.
La primera es que la OMC, como sistema de reglas y mecanismos que inciden en el comercio mundial, sólo puede ser bien aprovechada en la medida que un país -y no sólo a nivel gubernamental- tenga claro que quiere y que puede lograr en sus relaciones comerciales con otros países y regiones del mundo. La segunda es que para todo ello se requiere que el país tenga muy buenos especialistas en las reglas y mecanismos de la OMC. Y la tercera lección es que operar en la OMC implica por parte de un país miembro, tener una fuerte vocación y capacidad para tejer alianzas con otros países, tanto a nivel gubernamental, como empresario y de la sociedad civil.
Bajar completo del sitio de Félix Peña
ENERO 2015 - CAPACIDAD DE GESTIÓN Y SU INCIDENCIA EN EL COMERCIO EXTERIOR: Tres ámbitos prioritarios para el desarrollo de estrategias eficaces y exitosas.
Las transformaciones que se observan en la competencia económica global, si son correctamente diagnosticadas, pueden significar oportunidades favorables a una inserción internacional de un país como la Argentina, proyectando al mundo bienes y servicios que incorporen a sus múltiples recursos naturales, una buena dosis de inteligencia, de tecnologías y de creatividad. Se pueden generar así efectos positivos en el desarrollo productivo, incluso conjunto con otros países socios, con sus consiguientes impactos en el plano social.
De allí la relevancia de la pregunta: ¿cuáles son algunos desafíos que se plantean para el futuro desarrollo de estrategias-país de inserción productiva en el mundo? Sin perjuicio de otros factores relevantes en esta oportunidad privilegiaremos el ámbito de la capacidad de gestión. La experiencia indicaría que éste ha sido el plano en el que mayores insuficiencias se han observado en la trayectoria del comercio exterior argentino, especialmente en las últimas décadas y en la perspectiva de pymes que procuran internacionalizar sus actividades.
Basados en experiencias del propio país y de otros con niveles de desarrollo similares, pueden señalarse tres ámbitos en los que sería útil procurar introducir mejoras organizativas y de gestión. Ellas permitirían lograr una mayor eficiencia en una inserción comercial externa dirigida en el futuro, en forma simultánea, hacia múltiples y diferenciados espacios regionales e inter-regionales.
Tales ámbitos se refieren a capacidades de diagnóstico, de inserción en encadenamientos productivos transnacionales, y de seguimiento de negociaciones comerciales internacionales.
Algunas preguntas que se presentan pueden ser orientadoras de un necesario debate sobre el futuro de estrategias, eficaces y exitosas, de inserción de la Argentina en el comercio mundial, tanto en el plano global como en el regional. Es un debate que requiere un enfoque interdisciplinario y, en especial, que se pueda desarrollar con la activa participación de representantes de los sectores involucrados.
Tal debate, tanto a nivel nacional como provincial y local, en el que participen representantes y especialistas del ámbito público, del empresariado y de los demás sectores sociales, y del académico, puede ser más que oportuno dado el hecho que en este año 2015 el país se preparará para encarar un nuevo período gubernamental.
Bajar completo del sitio de Félix Peña
Notas y artículos
De la Influencia Europea a la construcción de una identidad. Cincuenta Años Integrados
Integración & Comercio #39. INTAL 50 años. Las Tecnologías Disruptivas en América Latina y el Caribe EL GRAN SALTO
Las lecciones de medio siglo de integración regional son fundamentales para entender el presente y planificar el futuro. Los hechos que impulsaron la unión de la región y sus características en cada etapa. Qué influencia tiene en la actualidad el contexto internacional y cuáles serán los pilares de las próximas transformaciones. Una mirada imprescindible sobre los desafíos de la gobernanza latinoamericana.
En el último medio siglo la integración regional pasó por diferentes etapas, donde los ejes principales de la gobernanza regional fueron cambiando a partir de modelos de referencia y la proliferación de acuerdos comerciales preferenciales. Este artículo repasa los tres momentos de la integración latinoamericana, analiza sus características principales, sus analogías y diferencias, y se pregunta si la región está ingresando en una nueva etapa.
Texto completo disponible en el sitio de Félix Peña
Prioridades do Mercosul para um futuro de credibilidade
International Centre for Trade and Sustainable Development | 19 october 2015
Central na metodologia concebida por Jean Monnet, um dos defensores da integração europeia, o conceito de “solidariedades de fato” implica gerar, nos fatos, encadeamentos sociais e produtivos entre países que compartilham um espaço geográfico. A finalidade desse conceito não é apenas econômica, mas também política, na medida em que procura a irreversibilidade da integração. As múltiplas redes sociais e produtivas são parte dessa metodologia.
No Mercado Comum do Sul (Mercosul), os acordos setoriais previstos no Tratado de Assunção tinham essa finalidade. Porém, seu pleno desenvolvimento é um dos diversos assuntos pendentes no bloco sul-americano, quase um quarto de século após a sua criação.
Em alguns momentos, predomina a ideia de que o Mercosul é um fracasso e que já não mais é relevante. Trata-se de uma visão distorcida da realidade: desde o seu surgimento, o bloco apresentou resultados positivos, que devem ser reconhecidos. Um dos principais é ressaltado em nota técnica produzida pelo Instituto para a Integração da América Latina e do Caribe (INTAL), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)[1]. O documento analisa os impactos do Mercosul sobre o comércio de produtos agropecuários e manufaturas industriais e conclui que o bloco desempenhou papel relevante na modernização desses setores. Certamente existem outros exemplos – e talvez seja esse o motivo pelo qual nenhum dos membros cogitou abandonar o Mercosul.
Desde osegundo semestre de 2015, a Presidência Pro Tempore do Mercosul está a cargo do Paraguai. No começo de sua gestão, o governo paraguaio identificou com clareza as prioridades com vistas à recuperação da credibilidade do bloco. Algumas dessas ações resultam de mandatos concretos aprovados pela última Cúpula realizada em Brasília, em julho de 2015.
Uma das principais iniciativas nessa direção envolve a busca de um plano de ação que permita eliminar diferentes tipos de barreiras internas ao bloco – as quais, segundo as regras do Mercosul, não deveriam sequer existir no comércio entre os países membros[2]. A questão havia sido incorporada ao Comunicado Conjunto da reunião dos presidentes do Paraguai e Uruguai, realizada em 25 de junho.
Outras prioridades referem-se às relações externas. Uma delas consiste em avançar nas negociações com a União Europeia (UE), dentro de uma estratégia mais ampla, que busca assinar acordos comerciais com os grandes mercados do mundo. No caso da China, por exemplo, o Mercosul nunca reagiu à proposta de estudar a viabilidade de um acordo de livre comércio. Com os Estados Unidos, o “4+1” caiu no esquecimento, e a ideia da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) não foi substituída por uma alternativa razoável.
No que toca às negociações com a UE, as Partes acordaram, na reunião ministerial de junho de 2015, que as listas de ofertas seriam trocadas no último trimestre deste ano. O Mercosul concluiu a preparação da proposta, a qual será formalmente apresentada à UE em reunião programada para novembro de 2015. Nessa oportunidade, caberá à UE apresentar sua própria lista de ofertas, de modo que as negociações possam ser retomadas.
É possível sustentar que as tratativas birregionais chegaram a um momento crucial. O eventual descumprimento desse objetivo pode corroer ainda mais a credibilidade de ambos os processos de integração. É inútil insistir que a culpa é de um ou outro bloco, ou deste ou daquele país. Trata-se de um caso típico de esgotamento do denominado “blame game”, isto é, culpar o outro por aquilo que não se alcançou nas negociações.
A outra prioridade em matéria de tratativas com terceiros países envolve o avanço na concretização da estratégia de convergência na diversidade, firmada entre o Mercosul e a Aliança do Pacífico. Essa iniciativa pode ter a sua eficácia enriquecida pela efetivação das propostas do primeiro-ministro da China, Li Keqiang. Apresentadas durante a mais recente visita do oficial à América do Sul, tais propostas preveem o financiamento de investimentos para projetos de conectividade física dentro da região e para o desenvolvimento de empreendimentos produtivos conjuntos.
Além disso, outras prioridades estão vinculadas à criação de condições que incentivem o desenvolvimento de cadeias produtivas entre empresas de países da região; e ao tratamento de assimetrias que limitam a capacidade de países como Paraguai e Uruguai – lista que, agora, deve incluir também a Bolívia – para potencializar a seu favor as vantagens derivadas de sua inserção no mercado do Mercosul.
Essas duas últimas iniciativas estão relacionadas, entre outras questões, ao efeito da precariedade das regras pactuadas sobre decisões de investimento produtivo – ligadas, por sua vez, a empreendimentos de alcance transnacional e ao aproveitamento do mercado ampliado. Junto com insuficiências no plano da conectividade física e da facilitação do comércio – um problema pertinente à América do Sul como um todo –, a incerteza quanto ao cumprimento das regras é um dos fatores que parecem explicar a ausência de grandes avanços na região em matéria de desenvolvimento de cadeias transnacionais de produção. O contraste com outras regiões, especialmente a Europa e o Sudeste da Ásia, convida à reflexão e, mais do que isso, à ação.
As iniciativas mencionadas acima são algumas das prioridades que buscam contornar debilidades a fim de construir uma integração de credibilidade entre os países do Mercosul. São fragilidades porque, desde a criação do bloco, figuram entre as principais medidas a serem adotadas e, nesse sentido, já deveriam ter apresentado avanços muito mais significativos do que aqueles alcançados até o presente. Por exemplo, as restrições ao comércio recíproco não deveriam existir em nenhuma modalidade. Assim era estabelecido pelo artigo 5º do Tratado de Assunção e, sobretudo, pelos artigos 1º e 2º de seu Anexo I. Estas não são normas programáticas: são normas jurídicas concretas e exigíveis que, pelo menos no caso da Argentina, estão teoricamente protegidas pela Constituição nacional, de acordo com o princípio de primazia dos tratados no ordenamento legal interno.
Neste segundo semestre de 2015, portanto, a agenda do Mercosul é bastante concreta. Além disso, é relevante e ambiciosa, na medida em que exige um debate profundo orientado à ação. Esse quadro merece a atenção de todos os protagonistas, e não apenas de entidades governamentais. Assim, empresas, sindicatos, academia e sociedade civil como um todo devem participar ativamente no plano do diagnóstico e das propostas de ação. Aqueles que integram ou que estão se preparando para integrar as instituições parlamentares, em especial no Parlamento do Mercosul, também devem ser parte ativa do debate.
Contudo, essa discussão não deve se limitar às prioridades para o segundo semestre de 2015: é preciso que seja incorporada à agenda sobre o futuro do Mercosul. Desde 1985, quando da assinatura da Declaração de Foz do Iguaçu, os resultados foram tão pobres quanto se assinala? Ou, pelo contrário, houve muitos avanços em termos de governança e cooperação regional e, por conseguinte, seria um erro grave abandonar um processo como o Mercosul? Ademais, o prejuízo das empresas não seria muito grande caso desaparecessem as preferências comerciais vigentes no Mercosul, principalmente aquelas para bens industriais?
É difícil imaginar opções razoáveis para o que hoje simboliza o Mercosul, uma ideia estratégica de trabalho conjunto entre nações que compartilham um espaço geográfico regional. Quando essa ideia for percebida em todas as suas dimensões, isto é, na conexão entre o político, o econômico, o social e o cultural, fica claro que o foco deve ser colocado não tanto no plano existencial (“Deve existir o Mercosul?” ou “Por que trabalhar juntos?”), mas sim no metodológico (“Como construir, trabalhando juntos e com a participação dos cidadãos, um Mercosul que seja efetivo, eficaz e dotado de legitimidade social?”).
Nessa perspectiva, a entrada tanto da Bolívia como da Venezuela deve ser percebida como uma forma de enriquecer e tornar mais complexa – e, talvez por isso, apaixonante – a tarefa de construir o Mercosul.
Sem prejuízo de outras, pelo menos três propostas podem ser colocadas para facilitar o debate e a concertação de interesses nacionais, requeridos no desenvolvimento da agenda sobre o futuro progresso do Mercosul. A realização de tais propostas é relativamente simples, caso exista uma vontade política real e suficiente nos países membros.
Uma delas é identificar pontos de equilíbrio entre requerimentos de previsibilidade e flexibilidade, necessários para reduzir o efeito negativo da precariedade de regras sobre o comércio e os investimentos regionais. Encarar demandas de flexibilidade nos compromissos assumidos, por exemplo, em matéria de restrições ao comércio, sem afetar uma pauta razoável de previsibilidade (fundamental para decisões de investimento produtivo), pode ser mais factível se forem introduzidas modalidades de válvulas de escape, transitórias e sob o controle de instâncias técnicas.
A outra refere-se à complementação do sistema de solução de controvérsias com a figura de um ouvidor, que atue em defesa dos interesses daqueles que operam no Mercosul – como cidadãos, consumidores e empresas que investem e comercializam nos países do bloco. A função do ouvidor seria detectar regras e comportamentos que afetam interesses daqueles que não são parte dos processos decisórios do Mercosul.
Por fim, a terceira proposta é alcançar uma efetiva transparência de regras e processos de criação normativa, de modo a superar a falta de instrumentos eficazes para informar os compromissos incorporados ao acervo jurídico do Mercosul. Essa deficiência repercute nos cidadãos dos países que compõem o bloco e faz-se particularmente mais sentida nos setores com menor poder relativo – inclusive as micro-, pequenas e médias empresas. Isso pode ser alcançado por meio das instituições parlamentares e de páginas web oficiais de qualidade. Na busca por esse objetivo, o Parlamento do Mercosul pode desempenhar um papel relevante.
Notas:
[1] Ver: Villalobos, Ruy de. O Comércio Agropecuário no Mercosul. Vinte anos depois dos Tratado de Assunção. In: Nota Técnica IDB-TN 809. INTAL, BID, jun. 2015. Disponível em: http://bit.ly/1Ml9UFK.
[2] O mandato para trabalhar nessa frente foi explicitamente outorgado na Decisão CMC 23/2015.
Iniciativas que merecen atención. Prioridades del Mercosur para este segundo semestre y para tener un futuro creíble
La Nación, Suplemento de Comercio Exterior, 28 de julio de 2015
Paraguay ha asumido la Presidencia Pro-Tempore del Mercosur. Y, como corresponde, su gobierno ha anticipado su visión sobre iniciativas que constituyen prioridades para el bloque regional en este segundo semestre. Algunas surgen de mandatos concretos aprobados por la reciente Cumbre de Brasilia.
Una de las iniciativas prioritarias es la de lograr un acuerdo entre los países miembros en torno a un plan de acción que permita limpiar barreras al comercio recíproco que, conforme a las reglas pactadas, ya no deberían existir en el comercio intra-Mercosur. El mandato para trabajar en este frente fue explícitamente otorgado en la Decisión CMC 23/2015. La cuestión había sido planteada en el Comunicado Conjunto de la reunión de los Presidentes de Paraguay y Uruguay, el pasado 25 de junio.
Otras se refieren a las relaciones externas. Una prioridad consiste en poder avanzar en las negociaciones bi-regionales con la Unión Europea (UE), abriendo así la puerta para una estrategia más audaz y efectiva de negociaciones comerciales del Mercosur con los grandes mercados del mundo, especialmente con China -el Mercosur nunca respondió su propuesta de estudiar la factibilidad de alguna modalidad de acuerdo de libre comercio- y con los EEUU -el "4 + 1" quedó en el olvido y el ALCA nunca fue sustituido por alguna otra alternativa razonable, salvo escaramuzas ocasionales de alcance bilateral-. Con respecto a las negociaciones con la UE, se ha acordado recientemente en la reunión ministerial de junio en Bruselas, intercambiar las listas de ofertas en el último trimestre del año. Difícil sería que el eventual incumplimiento de este objetivo no erosione más la credibilidad de ambos procesos de integración. Y sería inútil seguir insistiendo que la culpa es de una u otra parte, o de tal o cual país. Estaríamos ante un caso típico de agotamiento del denominado "blame game" propio de las negociaciones internacionales, esto es, echarle la culpa al otro de lo que no se ha podido lograr.
La otra prioridad en materia de negociaciones con terceros países, es la de avanzar en la concreción de la estrategia de convergencia en la diversidad, acordada entre los países del Mercosur y los de la Alianza del Pacífico. Es una prioridad que puede ser muy enriquecida en su eficacia por las propuestas que ha avanzado el Primer Ministro de China, Li Keqiang, en su reciente visita a América del Sur, especialmente las referidas al financiamiento de inversiones para proyectos de conectividad física dentro de la región, y para el desarrollo de emprendimientos productivos conjuntos.
Y, además, otras prioridades están vinculadas a la creación de condiciones que incentiven el desarrollo de cadenas productivas entre empresas de países de la región, y al tratamiento de asimetrías que limitan la capacidad de países como Paraguay y Uruguay -a lo que hay que agregar ahora a Bolivia- para potenciar a su favor las ventajas derivadas de su inserción en el mercado que les ofrece el Mercosur.
Estas dos últimas iniciativas tienen que ver, entre otras cuestiones, al efecto de la precariedad de las reglas de juego sobre las decisiones de inversión productiva relacionadas con emprendimientos de alcance transnacional y con el aprovechamiento del mercado ampliado. Junto con notorias insuficiencias en el plano de la conectividad física y de la facilitación del comercio -y son éstas insuficiencias de alcance sudamericano y no sólo limitadas al ámbito del Mercosur-, el hecho que los inversores no siempre puedan confiar en que las reglas de juego serán respetadas, es uno de los factores que más parecería incidir en lo poco que se ha avanzado en la región en el desarrollo de encadenamientos productivos transnacionales, cualesquiera que sean sus modalidades. El contraste con otras regiones, especialmente la del Sudeste Asiático y, por cierto, la de Europa, no deja de llamar a la reflexión y, en especial, a la acción.
Las antes mencionadas, son algunas de las prioridades vinculadas con puntos débiles que se observan en la compleja tarea de avanzar en la construcción de un espacio de integración regional entre los países del Mercosur. Son puntos débiles ya que, conforme a lo pactado desde el momento fundacional, se trata de cuestiones que ya deberían haber dado lugar a progresos mucho más significativos que los alcanzados hasta el presente. Por ejemplo, las restricciones al comercio recíproco no deberían existir en ninguna de sus modalidades. Al menos así se estableció en el artículo 5° del Tratado de Asunción y, sobre todo, en los artículos 1° y 2° de su Anexo n° 1. Y no se trata de normas programáticas como a veces se ha sostenido. Son normas jurídicas concretas y exigibles que, al menos en el caso de nuestro país, se supone que están protegidas por la Constitución nacional al establecer la primacía de los Tratados en el ordenamiento legal interno.
La agenda de este segundo semestre es, por lo tanto, relevante y ambiciosa. Requiere de un debate profundo orientado a la acción concreta. Merece la atención de todos los protagonistas y no sólo de los respectivos ámbitos gubernamentales. Instituciones empresarias y sindicales, el sector académico e instituciones de la sociedad civil, podrían y deberían tener una participación activa en el plano del diagnóstico y de las propuestas de acción. Quienes están, o se preparan para estar en las instituciones parlamentarias y, en especial, en el Parlamento del Mercosur, deberían también ser parte activa del debate.
Es un debate, sin embargo, que no debería limitarse a las prioridades de este segundo semestre. Tendría que penetrar hondo en la agenda del futuro de la integración regional, y en las preocupaciones principales que evocan hoy el acrónimo Mercosur y las distintas formas de imaginar su contenido. Los resultados de lo avanzado desde que hace hoy casi treinta años los Presidentes Alfonsín y Sarney produjeran -el 29 de noviembre de 1985- la Declaración de Foz de Iguazú, y desde que hace 25 años se fundara el Mercosur ¿son tan pobres como a veces se señala? O por el contrario, es mucho lo que se ha avanzado en términos de gobernanza y cooperación regional, como para cometer el error histórico de dejar de lado un proceso, que nunca podría ser lineal ni producir resultados que superen las actuales realidades de las respectivas identidades nacionales. Y ¿no sería mucho lo que empresas concretas perderían si se erosionaran o desaparecieran las preferencias comerciales vigentes en el Mercosur?
Es difícil imaginar opciones razonables a lo que hoy simboliza el acrónimo Mercosur, como idea estratégica de trabajo conjunto entre naciones que comparten un espacio geográfico regional. Tan pronto se capta tal idea en todas sus dimensiones, esto es, con la conexión entre lo político, lo económico, lo social y lo cultural, queda claro que el foco debe ponerse, no tanto en el plano existencial -¿debe existir el Mercosur o porqué trabajar juntos?-, pero sí en el metodológico -¿cómo construir, trabajando juntos, paso a paso, un Mercosur que sea efectivo, eficaz y con legitimidad social?
En tal perspectiva, el ingreso de Bolivia, como antes el de Venezuela, debe ser percibido como una forma de enriquecer y, a la vez, de tornar más compleja y quizás por ello apasionante, la tarea de construir el Mercosur.
Tres propuestas, pueden ser avanzadas para facilitar el debate y la concertación de intereses nacionales, que son requeridos en el desarrollo de la agenda del Mercosur en este segundo semestre del año. Son relativamente simples de llevar a la realidad, si es que hay real y suficiente voluntad política en los países miembros.
Una se refiere a lograr puntos de equilibrio entre requerimientos de previsibilidad y de flexibilidad, necesarios para reducir el efecto negativo de la precariedad de reglas de juego sobre el comercio y las inversiones regionales. Encarar demandas de flexibilidad en los compromisos asumidos, por ejemplo en materia de restricciones al comercio, sin afectar una pauta razonable de previsibilidad, fundamental para decisiones de inversión productiva, podría ser más factible si se introdujeran válvulas de escape transitorias y con control de instancias técnicas.
La otra se refiere a complementar el sistema de solución de controversias, con la figura de un "Ombudsperson", que pudiera actuar en defensa de los intereses de quienes operan en el Mercosur, como empresas que invierten y que comercian y, en especial, como ciudadanos y consumidores. Su función sería detectar reglas y comportamientos que afectan intereses de quienes no son parte de los procesos de decisión del Mercosur.
Y la tercera propuesta se refiere a lograr una efectiva transparencia de reglas y de procesos de creación normativa, superando un período en el que, en particular la ciudadanía y sectores con menor poder relativo - incluyendo las pymes y micro-empresas - carecen de instrumentos eficaces para saber sobre los compromisos que se incorporan al acervo jurídico del Mercosur. Normalmente esto se logra con páginas Web oficiales y de calidad, y con las instituciones parlamentarias. No necesariamente ocurre en el Mercosur actual. Incluso sería éste un papel relevante del Parlamento del Mercosur.
No todo es negativo
A veces predomina la idea de que el Mercosur es un fracaso y que ya no es relevante. Es, sin embargo, una visión distorsionada de la realidad. Tras un cuarto de siglo hay resultados positivos a reconocer. Uno no menor es el que resalta el excelente informe del BID-INTAL sobre "El Comercio Agropecuario en el Mercosur. Veinte años después del Tratado de Asunción". Con rigor metodológico Ruy de Villalobos, su autor, traza un cuadro bien preciso sobre los resultados que se han producido en el comercio agropecuario, incluyendo algunas manufacturas industriales. Han contribuido a la modernización de sectores relevantes en las economías del Mercosur.
Solidaridades de hecho
Es un concepto central en la metodología concebida por Jean Monnet, un fundador de la integración europea. Implica generar en los hechos, encadenamientos sociales y productivos entre países que comparten un espacio geográfico. Su finalidad no es sólo económica. Es también política. Procura la irreversibilidad de la integración. Las múltiples redes sociales y productivas son parte de tal metodología. Los acuerdos sectoriales previstos en el Tratado de Asunción tenían esa finalidad. Su pleno desarrollo es una de las asignaturas pendientes en el Mercosur, incluso con sus países asociados.
¿Habrá espacio para reformular el Mercosur?
Entrevista a Félix Peña, Revista Megatrade, Julio 2015
El ingreso de Bolivia como miembro permanente, el comienzo de la presidencia pro tempero de Paraguay, el avance de la idea de negociar en bloque un eventual acuerdo con la ue, el pedido de reducir las restricciones al comercio exterior de Argentina por parte de Uruguay y Paraguay, son “los temas de estos días”, en el ámbito del Mercosur y sin embargo poco está claro en cuanto al rumbo del acuerdo regional. Tratando de tomar perspectiva, dialogamos sobre esta realidad con Félix Peña, experimentado en las los temas de negociaciones económicas internacionales y director del Instituto de Comercio Internacional de la Fundación ICBC.
Megatrade: Más allá de su histórica pertenencia al Pacto Andino, el ingreso de Bolivia como miembro permanente al Mercosur se puede ver como un elemento de interés que le agrega “capacidad energética” al bloque, consolidando la idea original donde cada miembro pone lo mejor de sí para potencial al grupo y así también salir juntos al mundo. Sin embargo parece ser que la idea está más que en aprovechar ese potencial, sumar a la causa política e ideológica…aportando confusión con respecto al potencial económico y amontonados políticamente pero en lo comercial protegidos. Más será menos?
Félix Peña: Desde una perspectiva general la incorporación de Bolivia es un proceso que ya estaba abierto. Creo que enriquece el Mercosur ya que es otro país de Sudamérica, pero puede generar más tensión entre las reglas del bloque pensabas originalmente y la realidad actual y así puede ser un argumento más para justificar lo que plantearon los presidentes de Uruguay y Paraguay sobre la necesidad de sincerar el Mercosur. Replantear las reglas me parece un enfoque muy positivo ya que desde que se creó el bloque han pasado muchas cosas y han cambiado otras tantas.
Si bien la motivación política y geopolítica tuvo mucha incidencia en la ampliación del Mercosur; desde el vamos, Brasil ha imaginado un bloque casi con escala sudamericana. No me extraña que quiera “sudamericanizar” el Mercosur y para Argentina resulta imposible oponerse a la incorporación de Venezuela y Bolivia, dadas las buenas relaciones históricas que tiene con ambos países.
M: Pero cómo llevar esa motivación política a lo comercial para que los motores de la integración se enciendan…
F.P.: Lo importante no es la fuerza motora sino como adaptar los métodos a esa realidad; cosa que es posible. Si bien no se ha dicho mucho sobre la última reunión de las más altas autoridades del bloque en Brasilia, el hecho de que se habría acordado que en estos próximos meses se debata un sinceramiento puede transformarse en algo muy positivo…
No es necesario tratar de refundar el Mercosur, ni empezar de cero, muchas veces se ha cometido ese error. El Tratado tiene la ventaja de que es muy reducido en su extensión, entonces dentro de los objetivos se pueden agregar nuevos elementos y eso se hace con un protocolo de revisión.
En mi opinión esto debería permitir formalizar la idea - que de hecho existe- de un Mercosur de geometría variable y múltiples velocidades, que tenga en cuenta una adaptación a la pluralidad de actores, tamaños e intereses que hoy caracterizan al bloque. Esto se puede hacer pero depende especialmente de dos cosas: en primer lugar, que se impulse una negociación de ese tipo y al parecer la presidencia pro tempore de Paraguay tiene en proyecto. Por otro lado, que cada país tenga una idea clara de lo que quiere con el Mercosur…
M: Siempre se dice que la clave del acuerdo está en el arancel externo común, más allá de sus múltiples perforaciones, es la “protección mutua”…aunque también la excusa para no ser competitivos….
F.P.: El arancel externo común es importante. Cambiar esto requeriría modificar el tratado o ir a uno nuevo; lo que es algo más complicado. Más allá de su finalidad comercial, el aec es una especie de garantía mutua de los países del bloque - particularmente Argentina/Brasil- de que no van a licuar las preferencias negociadas en el Mercosur, dando esas mismas preferencias a otros países de fuera de la región, especialmente a los que tienen fuerte desarrollo industrial. Este no es un tema menor y su importancia no es sólo económica sino de confianza mutua y que se ha pactado en base a reciprocidades. Por eso todo cambio requiere conversar con calma y que participen los involucrados con las opiniones entre otros, de los sectores empresarios y sindicales.
Pero hablar de dejar de lado el Mercosur implica medir bien los costos, aunque creo que esa no es una discusión que se haya planteado…
M: Sin embargo aquella idea original de juntarnos para hacernos más competitivos y como bloque negociar al mundo tendría que estar todavía en la agenda e insisto que esto no parece preocupar tanto y como dije “los motores no se encienden”…
F.P.: Vuelvo a decir que la pregunta de fondo es cómo se ponen los motores a funcionar adaptando los nuevos instrumentos a las nuevas realidades. No tiene sentido apegarnos a la idea de su formación de origen, pues fue superada por las realidades. Y eso no es menor. La realidad intrarregional a nivel de América Latina, sudamericana, en la relación y las realidades de Argentina y Brasil, así como en la situación global, es muy distinta a cuando surgió el Mercosur como tal. Un ejemplo era la posición de China como protagonista en las relaciones internacionales que en ese momento no existía. Además estaba la idea de impulsar el alca y la UE reaccionó a ello mucho más interesada en un acuerdo de libre comercio con el Mercosur…
M: Si hablamos del acuerdo con la UE aún no está claro si Bruselas amaga o juega en serio…
F.P: La renegociación con la ue esta demorada más de la cuenta pero al parecer se manifestó un interés para que se presenten las ofertas para la negociaciones antes de fin de año, tal como se acordara en la reunión en Bruselas semanas atrás.
Queda la duda si la UE quiere en realidad empujar esa negociación, algo que se verá en los próximos dos meses….
M: Se vienen elecciones presidenciales en la Argentina. Cree que pueda cambiar algo con respecto a este tema y especialmente con respecto a las negociaciones internacionales y acercarnos a lo que pasa en el resto del mundo?. En estos años, por ejemplo, no se firmó casi ningún acuerdo comercial con los bloques importantes, más allá de lo realizado con China…
F.P: Cualquiera que sea el gobierno que asuma, como país vamos a tener que tomar en cuenta algunas datos de la realidad mundial, porque si no lo hacemos esto puede afectar nuestra capacidad para comerciar y competir no solo en la región sino a nivel global. por ejemplo, uno de los datos que hay que tener en cuenta es que en EEUU. finalmente se aprobó el fast track que autoriza al presidente a firmar acuerdos comerciales, con lo cual se abre la puerta para eventualmente se pueda concluir antes de fin de año el tratado entre ee.uu. y 11 países del Asia Pacífico. Esto que parece lejano para muchos aquí, en un mundo globalizado nos pega, precisamente porque no somos parte de ese club. Además hay que seguir de cerca cómo visualizan la inserción internacional países como Brasil y los resultados de la visita de Dilma a EEUU. y México y los pronunciamientos de ministros brasileños respecto a las negociaciones con la UE. También seguir muy en particular los resultados en materia de anuncios de comercio, inversiones e infraestructura del primer ministro chino en su visita a Brasil, Colombia, Perú y Chile. Esto, como mínimo, nos tiene que hacer reflexionar sobre cómo vamos a movernos…y es un tema a abordar y de máxima prioridad, independiente del gobierno que sea elegido.
El fallo de la OMC sobre medidas comerciales de Argentina: consideraciones y perspectivas
International Centre for Trade and Sustainable Development, 9 de abril 2015.
Regional integration in Latin America: the strategy of "convergence in diversity" and the relations between Mercosur and the Pacific Alliance
Paper presented at the Seminar "A New Atlantic Community: The European Union, the US and Latin America"
Jean Monnet Chair/European Union Center, University of Miami
Miami, February 27, 2015
Relaciones comerciales entre Argentina y Gran Bretaña: perspectivas hacia el futuro
Artículo publicado en "La influencia británica en el desarrollo de Argentina". Publicación con motivo de los 100 Años de la Cámara de Comercio Argentina-Británica
Latin America, between convergence and fragmentation
February 2015